quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Velez é o esteriótipo do idiota


O ministro da educação, Ricardo Velez, indicado pelo "doutrinador" Olavo de Carvalho, é uma deficiência da história política do país. Seus argumentos são precários, fora de sentindo e completamente sem originalidade. Definitivamente é um ser pequeno; ele ocupa uma cadeira, onde deveria estar sentado alguém tecnicamente mais competente.
Gustavo Capanema, Darcy Ribeiro, Pedro Calmon, Abgar Renault e tantos outros nomes interessantes que comandaram a pasta, foram homens excepcionais que conseguiram feitos importantes para o crescimento educacional do país. Eram escritores, antropólogos, filósofos, sociólogos e grandes juristas.
São pessoas que ampliaram os significados de ordem e progresso, sem desvalorizar ou desmerecer o povo brasileiro, como fez o atual ministro que nos chamou de "canibais", ou melhor dizendo de ladrões.
"Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola", disse o ministro.
Mas, como sempre, os "donos do poder" utilizam técnicas para encobrir os verdadeiros canibais e ladrões, que são a maioria dos políticos, os mesmos que deram aval para as chacinas que ocorreram em Mariana e Brumadinho, e que hoje são colegas do ministro no governo de Jair Bolsonaro.
Parece que a função de Velez é criar uma cortina de fumaça, com falas polêmicas, para esconder os erros dos seus novos amiguinhos, ao afirmar que o povo é indisciplinado e que as novas gerações necessitam aprender os significados de moral e cívica para começar a respeitar os valores de uma nação. Que conversa bizarra. A turma que curte Cazuza deve estar dando risadas.
Sem a estatura intelectual e comportamental dos ministros do passado, Ricardo Velez é o esteriótipo do idiota. Volto a repetir, não vejo nele méritos para estar como ministro. Os seus conceitos filosóficos, as suas ideias teológicas e o seus ensaios são fragmentos de discursos pobremente elaborados, sem profundidade humanística, que distorcem o conhecimento.
É neste momento que vejo como Carlos Drummond de Andrade continua atual, com o seu poema "No meio do caminho".
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
E, no momento, a pedra que está meio do caminho para a evolução de nossa humanidade, se chama: Ricardo Velez.

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