quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Pontes, o garoto propaganda de Netanyahu




Marcos Pontes, o astronauta queridinho da mídia brasileira, mostra que sua capacidade de articulação na área de Ciência e Tecnologia, é fraca. Sem tirar os méritos como estudante do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), pois o rapaz tem um currículo exemplar, o ministro dá sua primeira pisada de bola ao divulgar a empresa israelense Watergen que produz água potável a partir da umidade do ar.
Mais uma vez o estamento burocrático, nas suas liturgias estúpidas, marca gol contra. Tudo isso com roupagem de falsos ares diplomáticos, pois o que está em jogo é uma geopolítica economicamente predatória do lucro. Como sempre beneficiando alguns espertalhões do mercado que, como abutres, se posicionam para devorar tudo o que estiver à vista, em detrimento da dignidade de nossa nação.
Tenho saudades da visão do escritor de “Macunaíma”, Mário de Andrade, que insistia no crescimento do país a partir da criatividade nativa, e acreditava no potencial do povo brasileiro em todas às áreas, assim, como o filósofo, escritor e crítico literário Bento Prado Junior pensava: “Não precisamos da metafísica européia, pois temos a nossa própria metafísica”. Isso deveria servir de exemplo a Marcos Pontes, para mostrar que não carecemos da tecnologia de Israel, pois já temos a nossa.
Creio que o conhecimento do atual ministro se limita a grade curricular do ITA, padronizada numa lógica fechada e obtusa. Ora, sejamos francos, as primeiras atividades do emissário das questões científicas e tecnológicas, é a prova viva do quanto subestimamos a nós mesmos.
Essa tecnologia apresentada por Israel, já existe no Brasil desde 2010. Ela está instalada no interior de São Paulo, e se chama Wateair. O seus proprietários já procuraram os governos anteriores, que não deram bola para o projeto, e o atual faz vista grossas porque é desarticulado, confuso e patrimonialista.
O astronauta, que parece orbitar outros mundos, conta com apoio direto de uma assessora de comunicação tagarela, ex-global, transvestida de especialista na área científica. Ela é paga com o dinheiro do contribuinte para divulgar projetos relevantes que estão sendo conduzidos pelo ministério da Ciência e Tecnologia. Mas a jornalista faz o contrário, como a maioria dos seus colegas de outros ministérios, apenas produz peças publicitárias mentirosas. A imagem de Pontes segurando um copo de água, ao lado da máquina israelense é ridícula.
A aparente humildade do ministro é pisoteada pela soberba burra de sua auxiliar, que deveria orientar o chefe a se movimentar com inteligência. Pontes tem boas intenções, mas antes de ter viajado a Israel, deveria vasculhar o que há no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), para saber exatamente o que há de produção no país. Assim não cometeria essa gafe grosseira.
Essa conversa de parceria entre Israel e Brasil é uma fraude. Marcos Pontes foi usado como garoto propaganda dos familiares do primeiro ministro Benjamin Netanyahu, donos da empresa Watergen, que tentam economicamente se ajeitar num governo emergente, que não tem compromissos com o desenvolvimento do país.

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