Tudo em nome do "progresso". Restinga de Monte Alto agoniza. Sistemas de vidas destruídos, cognições de teias existenciais desativadas, aves que perderam ninhos, comunidades de besouros massacradas, cigarras assassinadas e muitas árvores frutíferas jogadas ao chão. Um verdadeiro genocídio ecológico.
Será que a pandemia não abriu os olhos das pessoas? O argumento, dos ditos "empreendedores" imobiliários, é que seguem a liberação dada pelo Instituto Estadual do Ambiente - INEA.
Será que os inteligentinhos governamentais, que recebem seus salários pagos pelo povo, não sabem que a restinga é um ecossistema complexo, com plantas medicinais e alimentar?
Mas, este atraso, este vírus da destruição, tem suas raízes quando os portugueses, com as bênçãos do rei de Portugal Dom Manoel (que lembra o INEA), aqui chegaram e eliminaram um vasto território de biodiversidade para explorar o Pau Brasil.
A situação foi só piorando. E a devastação ambiental aumentou, somando com isso o genocídio de centenas de milhares de índios. Em seguida veio a produção do sal, e o raciocínio predador da construção civil.
E o processo continua. A sede por lucros imobiliários é a ruína de todo um sistema vivo de plantas e animais. E os gestores municipais não fazem absolutamente nada.
Brincam, como se estivessem num jardim de infância, com temas ambientais, e não estabelecem politicas públicas responsáveis.
O Jardim Botânico tem um estudo profundo do valor da restinga, tanto nos procedimentos de geração de renda, como o da segurança alimentar.
Estamos no século 21 e até hoje não se criou uma pedagogia ambiental eficaz. As futuras gerações vão viver de quê?
A situação é crítica e todas as instâncias do poder, não abrem um leque de discussão mais profunda, sobre a importância da biodiversidade em nossas vidas.
História, economia, valor ambiental e beleza natural estão presentes em um banco de areia. A restinga está ameaçada pela falta de preservação e pela ausência de um turismo preservacionista.
E o mais grave, o seu conhecimento oral produzido pelos mestres sabedores, estão morrendo com a mudança de hábitos das novas gerações.
Ao que parece, os donos do capital continuarão cegos e tolos. Lá na frente, se a situação piorar, Não Haverá País Nenhum, como bem descreve
Ignácio de Loyola Brandão no seu livro escrito em 1981.
Ignácio de Loyola Brandão no seu livro escrito em 1981.
Imagem: Luiz Penna