fonte de imagem: Foreian Policy
Mais uma vez a América Latina se torna cenário
das elucubrações farsescas do governo dos Estados Unidos da América, com o
objetivo de mudar o foco dos acontecimentos políticos que rondam como fantasma
a Casa Branca. Um deles, a interferência da Rússia que teria favorecido o
republicano Donald Trump a ganhar as eleições em 2016, e outras mazelas estranhas
ao conceito de evolução das instituições sociais.
Se no passado, o comandante-em-chefe Richard Nixon
(1903-1994) e seu principal auxiliar Henry
Kissinger criaram o terror anticomunista para sustentá-los nas suas
astúcias geopolíticas pelo mundo como, por exemplo, a eliminação do chileno
Salvador Allende (1908-1973), agora é a vez de Donald Trump inventar novos inimigos
regionais, com a conversa tosca de intervenção militar na Venezuela contra Nicolás
Maduro. Com qual pretexto?
Em 1973, Nixon sentia na pele a ruína da
sua popularidade causada pela guerra do Vietnã. Ele e Kissinger resolveram que a
melhor solução para desviar o clima de tensão em solo americano, seria patrocinar
a queda de um presidente considerado socialista. Henry e Richard não deram a
mínima para os conselhos da agência de inteligência que, através de diversos
memorandos, informava que Allende não era uma ameaça regional.
O resultado dessa desastrada estratégia,
que não gerou conseqüências jurídicas para Richard e Henry, é que foram mortas
3.000 pessoas e 28 mil foram torturadas pelo regime de Augusto Pinochet
(1915-2006), um ditador construído sobres os escombros das paranóias
alimentadas por um presidente e um auxiliar ávidos pelo poder.
O economista Francis Fukuyama autor do livro “O Fim da
História e o Último Homem”, transitou como estrela pop na mass mídia durante a
década de 80 e colaborou no governo de Ronald Reagon (1911-2004), tem dito que
os Estados Unidos só tem a perder com a ideia de exportar democracia e mercado
pela força do Exército, mas essa análise não influencia Donald Trump, que prefere
seguir os passos de Nixon.
No
atual contexto dos fatos, eu gostaria de saber exatamente qual é o perigo que Maduro
representa ao mundo dito civilizado? Por acaso, ele ameaça a paz planetária com
ogivas nucleares? Ou, faz churrascos com criancinhas? Como sempre, o
condicionamento midiático, os seus interesses econômicos e ideológicos, com
suas camadas invisíveis, distantes das percepções da realidade cotidiana da
maioria das pessoas, invertem os valores e forjam a realidade, e criam os seus
monstros, apoiados por qual mídia?
Mas isso está nas
entranhas de um poder perverso, perturbado, distante das ideias geniais do francês Alexis de Tocqueville (1805-1859), que
inspirou os princípios da constituição americana, quando o conceito de
modernidade emanava teorias singulares, ou se agitava na evolução dos
pensamentos de Ralph Emerson (1803-1882), com seu
transcendentalismo poético, que mantinha um olhar compromissado com o bem estar
humano. Um ideal que não faz parte dos valores morais do financista Trump.