sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Nixon: o fantasma de Trump


fonte de imagem: Foreian Policy


Mais uma vez a América Latina se torna cenário das elucubrações farsescas do governo dos Estados Unidos da América, com o objetivo de mudar o foco dos acontecimentos políticos que rondam como fantasma a Casa Branca. Um deles, a interferência da Rússia que teria favorecido o republicano Donald Trump a ganhar as eleições em 2016, e outras mazelas estranhas ao conceito de evolução das instituições sociais.

Se no passado, o comandante-em-chefe Richard Nixon (1903-1994) e seu principal auxiliar Henry Kissinger criaram o terror anticomunista para sustentá-los nas suas astúcias geopolíticas pelo mundo como, por exemplo, a eliminação do chileno Salvador Allende (1908-1973), agora é a vez de Donald Trump inventar novos inimigos regionais, com a conversa tosca de intervenção militar na Venezuela contra Nicolás Maduro. Com qual pretexto?

Em 1973, Nixon sentia na pele a ruína da sua popularidade causada pela guerra do Vietnã. Ele e Kissinger resolveram que a melhor solução para desviar o clima de tensão em solo americano, seria patrocinar a queda de um presidente considerado socialista. Henry e Richard não deram a mínima para os conselhos da agência de inteligência que, através de diversos memorandos, informava que Allende não era uma ameaça regional.

O resultado dessa desastrada estratégia, que não gerou conseqüências jurídicas para Richard e Henry, é que foram mortas 3.000 pessoas e 28 mil foram torturadas pelo regime de Augusto Pinochet (1915-2006), um ditador construído sobres os escombros das paranóias alimentadas por um presidente e um auxiliar ávidos pelo poder.

O economista Francis Fukuyama autor do livro “O Fim da História e o Último Homem”, transitou como estrela pop na mass mídia durante a década de 80 e colaborou no governo de Ronald Reagon (1911-2004), tem dito que os Estados Unidos só tem a perder com a ideia de exportar democracia e mercado pela força do Exército, mas essa análise não influencia Donald Trump, que prefere seguir os passos de Nixon.

No atual contexto dos fatos, eu gostaria de saber exatamente qual é o perigo que Maduro representa ao mundo dito civilizado? Por acaso, ele ameaça a paz planetária com ogivas nucleares? Ou, faz churrascos com criancinhas? Como sempre, o condicionamento midiático, os seus interesses econômicos e ideológicos, com suas camadas invisíveis, distantes das percepções da realidade cotidiana da maioria das pessoas, invertem os valores e forjam a realidade, e criam os seus monstros, apoiados por qual mídia?

Mas isso está nas entranhas de um poder perverso, perturbado, distante das ideias geniais do francês Alexis de Tocqueville (1805-1859), que inspirou os princípios da constituição americana, quando o conceito de modernidade emanava teorias singulares, ou se agitava na evolução dos pensamentos de Ralph Emerson (1803-1882), com seu transcendentalismo poético, que mantinha um olhar compromissado com o bem estar humano. Um ideal que não faz parte dos valores morais do financista Trump.

Pós-pandemia: um futuro de humanos/máquinas

  Francis Bacon.  Figura com carne O  início desta década de 20 está marcado pela complexidade da dissensão ontológica. Isto é bom ou ruim?...