terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Olavo e Pondé são medíocres



Recentemente vi um verdadeiro festival de bobagens produzidas por Luiz Felipe Pondé e Olavo de Carvalho, duas figuras midiáticas, que me leva a pensar o quanto o Brasil é pobre na sua produção intelectual.
O mais grave é que há um batalhão de jovens, na sua maioria estudantes de nível médio e universitário, que cria valores idiossincráticos, sem qualquer relevância cultural, que se deixam influenciar por essas duas criaturas egocêntricas.
Pondé e Carvalho se tornaram "estrelas" do universo do YouTube, e iniciaram uma verdadeira antropofagia mental. De um lado, o intelectual do establishment oficial disse, numa entrevista de rádio, da ausência de espaço do escritor autodidata no mundo acadêmico, por não ter titulação na área para expor suas formulações filosóficas, com ideias que podem trazer prejuízos ao novo governo.
Na outra ponta da linha, o autor do livro "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", se defende ao dizer que Pondé é um zero a esquerda, um coitadinho e um bosta, ávido para ser ouvido no governo Jairo Bolsonaro, portanto, um parasita e um mentiroso.
Depois Olavo de Carvalho afirma, com o peito estufado, que suas visualizações no YouTube chegam a 300 mil e a de Pondé não passam de duas mil. Essa é uma conversa fiada. Tolo o que pensa que quantidade gera inteligência. Pelo contrário, como diria Nelson Rodrigues: “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.”
No século 19, Friedrich Hegel (1770-1831) tinha um público estudantil maior que o de Arthur Schopenhauer (1788-1860). Os dois lecionavam na Universidade de Berlim. Enquanto o primeiro, era considerado o grande mestre da filosofia; o segundo, era desprezado pelos acadêmicos, com um número ínfimo de estudantes.
Passado os anos, em pleno século 21, a obra de Schopenhauer tem mais atrativos filosóficos que a de Hegel. Em todos os quesitos. Principalmente estéticos. Obviamente, Pondé e Carvalho não conseguirão, ainda nesta existência, se aproximar da profundidade mental dos alemães. Estão distantes disso!
Apenas comentem gafes insanas. Olavo erra ao se credenciar como portador do conhecimento, por causa do número de visitações no seu canal; já Pondé, uma caricatura da lógica pós modernista, poderia aproveitar o seu espaço mediático para formular questões mais importantes.
Os dois são pura aberração de um Brasil falido de pouquíssimos leitores, que viraram estrelas de um mundo decadente e sem brilho próprio. São incapazes de abrir caminhos para uma discussão mais interessante e real.

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