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No livro a Era dos
Extremos, Eric Hobsbawn apontou como o século XX aniquilou pessoas em nome de
uma “razão” grotesca, conhecida como política do “desenvolvimento” econômico.
Tudo em nome do “progresso”. No século 21, os modelos de violência são os mesmos.
De um lado temos alguns países investindo em novas logísticas e táticas de
“defesa”, comprando armas cada vez mais sofisticas para eliminar seus inimigos.
Na cabeça desses
republicanos e democratas, o pragmatismo é: dane-se que esses inimigos sejam
crianças, mulheres grávidas, adolescentes e jovens mulçumanos. O que está em
jogo é a imposição de uma “democracia” (mentirosa) para trazer a paz ao mundo.
Do um outro lado, temos o Brasil (e dezenas de países subdesenvolvidos) onde o
principal problema continua sendo a falta de acesso a informação. Cada um se
vira como pode. Se tudo é “bom”, no lado sul, para que me preocupar com o que
acontece no nordeste ou norte. “Eles estão lá, que se virem…”
O mesmo raciocínio
acontece no sudeste. “Para que me preocupar se as milicias estão destruindo
valores humanos importantes no Rio de Janeiro, se isso não acontece aqui em
Minas Gerais?”, dizem alguns. Essa ausência de ética, por parte do nosso modelo
contemporâneo, é que afeta a existência. Como é possível uma juíza ser ameaça
de morte pelo próprio sistema, ao qual ela pertence?
É o caso da juíza
Fabíola Michele Muniz Mendes de Moura, em Pernambuco. Todos sabemos o caso da juíza
de Niterói, Patrícia Acioli, que foi assassinada (a mando de pessoas ligadas a
polícia militar) fazendo grande parte dos cidadãos a temer quanto ao
funcionamento da segurança pública (mesmo com toda a publicidade apresentada de
“mudança” com a criação da Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs).
Esse é um tema
complexo, extremamente delicado, que por hora temos a única conclusão porque
ele acontece: falta de educação, investimentos em saneamento básico e acesso a
cultura, são alguns dos motivos por haver tantos comportamentos hostis.
Segundo o mapa da
violência, de 2010, do Instituto Sangari, a taxa de homicídios no estado do Rio
de Janeiro é de 26,2 por grupo de 100 mil habitantes, e a de jovens de 15 a 24
anos é de 52,5 homicídios. Quando o segmento é jovem + negro, o índice salta
para perto de 80 homicídios. A Organização das Nações Unidas considera
aceitável apenas taxas de menos de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes.
No Japão, a taxa
de homicídios é de menos de 1 morto para cada 100 mil habitantes. Em clima de
início de eleições, quando se começa a observar o que se poderá fazer no
futuro, seria interessante se todos começassem a pensar com mais clareza, o que
queremos construir (de fato) para as próximas gerações? Ou ela terá
características idênticas ao da ficção do Admirável Mundo Novo, escrita por
Aldous Huxley (que divide os “civilizados” condicionados dos “selvagens” em
busca de caminhos mais lúdicos). É um romance de idéias, onde as questões
relacionadas ao funcionamento do totalitarismo de ideologias de esquerda e de
direita, apresenta uma dúvida: qual é o melhor caminho para convivermos bem na
humanidade? Alguém tem uma resposta?
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