A expressão “N’est pás?”,
se transforma em uma reflexão ontológica para que possamos compreender o
sentido exato da essência de uma questão, que até hoje anda solta pelo mundo,
que é: “Quem é um estadista?”
Desde os tempos áureos de
Platão, Sócrates e Aristóteles, que inauguraram proposições na política, na
metafísica e em várias áreas do conhecimento, a civilização humana tem a
necessidade de resolver essa grande demanda.
Ansiamos para termos de
fato estadistas competentes e por méritos. Estamos cansados dos jogos
políticos, produzidos por esquemas corruptos, que teimam a se rotular de
democráticos.
São nestes momentos que
curto fazer valer das referências de Willian Shakespeare, como exemplo de
sanidade humana: “Minha coroa está no coração, não na
minha cabeça”.
Sabemos que
o escritor inglês foi o primeiro a tratar, com propriedades psicanalíticas, as
fraturas expostas pelo ser humano, tanto nos quesitos poder político, sexo e
subserviência ao sistema. Shakespeare conseguiu apresentar as entranhas
perversas daqueles que optam pelo mundo da política, com muita clareza e
precisão, e se devaneiam em aptidões rarefeitas da insanidade.
O mundo do século 21 é
uma avacalhação. A pós-modernidade, que faz uma releitura do modelo estético do
modernismo, amplia o debate sobre o colapso das grandes narrativas. Como bem
analisa o filósofo Jean-François Lyotard, ao explicitar que vivemos uma crise
profunda sobre a nossa capacidade de apresentar uma explicação adequada e “objetiva”
da realidade (ANDREW EDGGAR, PETER SEDGWICK, 2002).
Atualmente a Europa,
que tanto rabiscou novas lógicas para a construção de um estado democrático
decaiu e se tornou refém dos tecnocratas. O Oriente Médio, berço da cultura
humana, foi destruída. O que existe por lá são estruturas fictícias de
modernidade. Os Estados Unidos, por sua vez, mantém um elenco de personagens
políticos criados nos laboratórios surrealistas de Harvard.
No Brasil, a nossa
infelicidade política e administrativa começou nas transgressões morais dos
primeiros republicanos. De Washington Luís até o governo de Dilma Rousseff o que se
vê são fórmulas desconectadas com o espirito estadista. A identidade da nossa
verdadeira esquerda morreu no período pré-64. O que se desenrolou depois disso
foram falácias e falsas conjucturas. Tanto é que não existe um nome em nossa
história política, que possamos definir como estadista.
Sendo assim, a questão “N’est pás?”,
fica sem resposta. Aliás, estamos longe para encontrá-la. Mal sinal.
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