Clair Patterson (1922-1995) |
Nós, seres humanos, merecemos
vários troféus pela nossa persistência para eliminarmos problemas. Durante o pouco
tempo que estamos na Terra, conseguimos realizar muitos feitos que, de fato,
impressionam.
A maioria deles, certamente, foi
introduzida por pensadores de todos os pontos do globo. São cientistas, poetas,
teólogos, filósofos e grandes artistas. Uma jornada magnífica, podemos dizer...
Mas será que no século XXI, em
médio prazo, teremos respostas para que bilhões de pessoas não morram de fome,
de sede ou vítimas das turbulências climáticas que estão por vir com fúria?
Saberemos compreender os reflexos do conhecimento construído no passado por essas
mentalidades poderosas?
O mundo deixa de ser
surpreendente quando cai na areia movediça do caos político que, infelizmente,
abrigam esfarrapados e inúteis ideias, retrógradas no contexto da evolução da
vida; definitivamente, a camada mais predatória da nossa espécie ainda define
os rumos das nações.
Se fosse diferente, não
assistiríamos passivos a degradação sucessiva das florestas e a acidificação
dos oceanos provocada pelo aumento do dióxido de carbono (C0²) na
atmosfera terrestre. O analfabetismo ecológico é crônico. Sua generalização não
tem precedentes na nossa história.
A alienação, o medo, as exaustivas
manifestações pelas redes sociais e pelas ruas do país, são orquestradas e se
amparam na massificação de interesses desconhecidos do grande público, quanto
ao jogo dos donos do capital... Digam-se, banqueiros.
Os novos mitos, da galera
plastificada, não passam de alucinantes e entorpecidas falácias programadas por
partidos políticos, que almejam o quê exatamente? Uma coisa, se me lembro bem, que
já foi descrita por George Orwell (1903-1950), no seu livro “A Revolução dos
Bichos”.
Somos tão sonâmbulos sobre os
processos históricos, biológicos, químicos, geológicos, matemáticos e econômicos,
que esquecemos algumas ações que beneficiaram a humanidade. Certamente sem
elas, os impactos negativos da biodiversidade planetária estariam muito pior,
colaborando para a nossa extinção imediata.
E uma pessoa fundamental para que
estejamos sãos e salvos, capazes de usufruir o que a natureza nos proporciona
no presente é Clair Patterson (1922-1995). Ele teve comprometimento, ética e,
acima de tudo, competência argumentativa para derrubar os interesses perversos
da indústria automobilística.
Geoquímico, Patterson fez sua
graduação no Grinnell College, Lowa. Recebeu seu Ph.D na Universidade de
Chicago e toda sua vida profissional rolou no California Institute of
Tecnology. Na década de cinquenta, o seu trabalho para calcular a idade da
Terra com a comparação de medidas de meteoritos e minerais é a mais precisa até
hoje encontrada, de aproximadamente de 4,5 bilhões.
Na década de 60 ele colocou a
indústria automobilística e a do petróleo de joelhos. Enfrentou cientistas, que
apoiavam a ideia que o chumbo na atmosfera não trazia malefícios a saúde humana
e um competente esquema de lobby industrial, mantido juridicamente por
escritórios poderosos.
Sua pesquisa durou décadas. Ele
conseguiu provar a opinião pública e o governo dos Estados Unidos que estava
certo. O chumbo, naquela época, foi vetado como um dos compostos na gasolina.
Atualmente, a história se repete.
De um lado há os cientistas que mostram um cenário completamente fragilizado.
Não sejamos otimistas. O planeta Terra já perdeu 50% da sua biodiversidade
marinha; do outro lado, outros cientista argumentam que estamos no caminho da
prosperidade, e que tudo não passe de meras especulações de ambientalistas
radicais. Será?
Quem está com a razão? Bem... Basta
olhar ao nosso redor e ver que a instabilidade no planeta tem gerado conflitos
profundos; grande parte da nossa economia depende da água, de terras férteis
para plantios e criação de animais. No Brasil, por exemplo, que seguiu a
cartilha da produção da soja, com um olhar nesse dito progresso, o que se vê é
a total eliminação de sistemas de vida, essenciais para o equilíbrio do meio ambiente.
O planeta está no seu final? Não!
Nós é que estamos. Ele pode ser recriar daqui a 10 milhões... 100 milhões... Nós
não! Somos precários, limitados e dependemos dele para sobrevivermos. Ainda
assim, os seres humanos tentam destruí-lo para satisfazer seus desejos
materiais. Há alguma racionalidade nisto?
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